Dirigente do Iraty expõe situação do futebol
Texto Jussara Harmuch, reportagem Tadeu Stefaniak
A manutenção dos jogadores da categoria sub 15 está sob a responsabilidade de dois empresários de Curitiba, desde que foi firmado um acordo com o dirigente anterior, Adriano Canaã.
O sub 17 vem sendo mantido por familiares, alguns residem na própria casa do dirigente. “As famílias se reuniram para pagar arbitragem e [despesas com] viagens. Também foi estabelecido um critério para que sejam aceitos apenas meninos aqui da cidade. Foi chegado a um consenso”, disse, mas destacou que a orientação técnica continua sendo realizada pelos profissionais do clube. O time vai jogar neste sábado, 30, às 10 h, contra o Rio Branco. “Vai jogar em casa sábado e estamos pedindo que a comunidade compareça e leve um quilo de alimento, que será destinado para a alimentação dos jogadores do sub 19”, apela Márcio, numa tentativa de obter suprimentos para a cozinha do alojamento.

Hoje a categoria sub 19 é composta por 29 atletas, sendo que a maioria dorme e faz refeições no alojamento que mudou para uma casa na Av. Vicente Machado, proximidades do clube. Apenas sete não moram nos alojamentos. Para manter a equipe, o apoio vem de investidores. “O nosso sub 19 está sendo sustentado por acordo de investidores. São 8 atletas que pagam mensalidade”, afirma Márcio, destacando que este tipo de prática é comum nos clubes menores que têm dificuldade de manter os jogadores com todo o aparato necessário, gastos com arbitragem e viagens.
Estes investidores, pelo que o dirigente deu a entender, são em geral, pais de alguns atletas que pagam mensalidades. “Não tem patrocínio de grande representatividade, não tem como tirar certidão negativa para obter publicidade da caixa Econômica. A parte social está com as contas bloqueadas e a atual diretoria assumiu uma bomba que caiu nas mãos deles. Nós do futebol pagamos as contas de luz [de meses anteriores] que estavam em atraso”, relata.
O gestor também respondeu as acusações feitas pelo atleta da cidade de Dracena, estado de São Paulo, Guilherme Lima Silva, a respeito de cobranças de mensalidades para atuar no time. Márcio confirmou que havia pagamento de mensalidade de R$ 500,00 que seria usado na profissionalização do jogador. Antes, dois jogadores, Álisson Canelão e Lucas Sergipe, negaram, também no Show de Bola, qualquer tipo de pagamento ao clube.
Confira as partes principais da entrevista nos dois vídeos abaixo:
